Por Mariana Rezende, Psicóloga e Diretora Técnica do TatuTEA
Aprender a lidar com o diagnóstico e reconhecer a falta de conhecimento é fundamental para vencer o preconceito.
Fomos educados para acreditar na “família Doriana”, harmoniosa, filhos saudáveis, estabilidade financeira, ou seja, condições de vida favoráveis em todos os aspectos. Porém, nem sempre a vida sai como planejado e é natural que tenhamos que lidar com alguns desafios.
Quando nos deparamos com situações que fogem à regra, é como se o mundo desabasse sobre nossa cabeça, né? No momento em que falamos de TEA, muitas incertezas surgem.
Ainda que o conhecimento sobre a existência do TEA seja amplo, quase ninguém sabe a fundo como é a condição e as diferenças que existem nela. É comum generalizar o diagnóstico de autismo por não entender as diferenças que existem, alimentando o preconceito, inclusive entre os familiares.
O preconceito e a discriminação às pessoas com qualquer tipo de deficiência é chamado de capacitismo. Existe uma ideia muito enraizada em nossa sociedade de que pessoas com deficiência são incapazes de fazerem e serem várias coisas.
O primeiro ato capacitista, mesmo que inconsciente é não legitimar o diagnóstico. A aceitação é o primeiro passo para lidar com a situação com clareza e oferecer uma vida mais acessível para a criança e também para os familiares. De fato, existem algumas limitações, entretanto, o TEA não é igual em nenhum indivíduo.
Separamos algumas dicas que podem ajudá-lo a eliminar o capacitismo. Veja quais são:
Amplie o conhecimento: Muitas pessoas têm atitudes capacitistas porque não sabem com o que estão lidando. Busque informações com especialistas, leia artigos, depoimentos, entre outros conteúdos que esclareçam o TEA.
Busque uma rede de apoio: Trocar experiências com grupos, profissionais, famílias, entidades, colégios e principalmente com adultos com TEA, dará a você um novo prisma em relação a condição.
Compartilhe o que aprendeu: O conhecimento adquirido com os estudos sobre o TEA e a troca de experiências com outras pessoas deve ser repassado para os outros familiares. Ensine-os a lidar de forma mais saudável. Isso também te ajudará a compreender. Quando ensinamos, aprendemos duas vezes.
Dê autonomia para a criança ou jovem: Quando você faz tudo, inclusive o que ela pode fazer, te dá a impressão de que ela é totalmente dependente de você e isso pode alimentar o capacitismo. Permita que a criança ou o jovem assuma suas responsabilidades. Não evite lugares ou situações por conta da condição dela. Lembre-se que muitas limitações estão no seu ponto de vista. Independente do espectro, permita que ela vivencie novas experiências.
Se importar com a opinião alheia: Esse com certeza é um dos combustíveis mais eficazes para alimentar o capacitismo. Quando se preocupa demais com os outros, você anula a criança por medo de incomodar. Nem todo mundo vai saber lidar, mas não são todas as pessoas, como você imagina. Muitas lidam com naturalidade e compreendem a condição da criança.
E não se esqueça! Busque informação, redes de apoio e dê liberdade para seu filho ser como ele é. Vencemos o capacitismo com conhecimento.
Caso precise de ajuda profissional para lidar com o diagnóstico, procure um profissional do TatuTEA. Oferecemos atendimentos terapêuticos para pais e filhos.