Volta às aulas: Educação para crianças com TEA

Como escolher uma escola qualificada para atender as necessidades do meu filho?

Por Dra Lívia Aureliano (Psicóloga e Diretora do TatuTEA)

A escola é parte importante da formação de um ser humano, não apenas no que tange a educação, mas também na formação do caráter do indivíduo. Além de adquirir conhecimento, o convívio com outras crianças, professores e colegas, influenciam diretamente no que a criança acredita ser certo e errado.

Por essa razão, escolher a escola na qual seu filho irá estudar é crucial para o futuro, principalmente crianças com o transtorno do espectro autista, que precisam muito mais do que conhecimento, mas de autonomia, socialização, habilidades motoras, entre outros.

Para ajudá-la (o) nessa importante missão, separamos algumas dicas valiosas para você escolher a melhor escola para seu filho.

Indicação de pais

Escolher uma escola é sempre difícil, mas quando temos uma indicação de alguém que conhecemos e confiamos, torna essa tarefa mais fácil. Principalmente se for indicação de pais cujos filhos são autistas também. É claro que a experiência de cada um é única, mas quando temos uma referência, as chances de sucesso são maiores.

Indicação da clínica

Uma outra possibilidade de indicação é dos profissionais que já conhecem e atendem seu filho. Muitas crianças que são atendidas já estão em idade escolar e por isso frequentam a escola. A experiência que a clínica tem com a escola diz bastante coisa sobre como poderá ser a experiência do seu filho no ambiente escolar, principalmente se ele precisar de acompanhamento terapêutico durante as aulas.

Busque saber se a escola tem outros alunos autistas matriculados

Caso você não conheça alguém que tenha filhos autistas e/ou seu filho não está em intervenção ou a clínica não tem nenhuma indicação para fazer, busque saber se a escola que você pretende conhecer tem outros alunos autistas ou com algum outro tipo de deficiência. Muitas escolas, infelizmente, apresentam um discurso inclusivo, mas na prática isso nem sempre acontece. Conhecer esses pais e saber como de fato se dá a relação deles com a escola é de extrema importância.

Visite a escola durante as aulas

Observar o ambiente escolar em seu pleno funcionamento nos dá dicas importantes sobre o cotidiano, por exemplo, como ocorre os períodos de intervalo (as crianças no pátio ou na quadra), momento da refeição, número de crianças em sala de aula, quantidade de professores em sala, intensidade do ruído, tanto em sala de aula quanto em outros espaços, dentre outras coisas que podem chamar a sua atenção.

Metodologia de ensino

Existem diversos métodos de ensino (tradicional, montessoriano, construtivista, waldorfiano, entre outros). Todos eles possuem uma forma para ensinar a criança desde a alfabetização até o ensino médio e priorizam técnicas diferentes para isso.  Todos podem ser aplicados às crianças com TEA, então o importante é checar se o método está de acordo com os valores que você preza. Além disso, troque uma ideia com a equipe de intervenção quanto a essa questão, pois eles sabem como seu filho aprende e poderão dizer se algum método atende melhor às demandas da criança.

Proposta pedagógica

 A proposta pedagógica é como esse ensino é aplicado no ambiente escolar e inclui, número de alunos por sala, atividades, quantidade de professores em sala de aula, entre outros. Essa proposta pedagógica é bem importante para crianças com TEA, já que o número de coleguinhas, estrutura da sala, sons, entre outros fatores podem influenciar na adaptação e aprendizagem da criança. Outro ponto importantíssimo sobre a proposta pedagógica se refere ao material didático. Muitas escolas utilizam apostilas, outras livros didáticos. O mais importante é você saber se a escola está preparada para fazer as adaptações nos materiais que poderão ser necessárias para que seu filho consiga acompanhar o conteúdo e as atividades propostas. Por lei, as escolas são obrigadas a realizarem a adaptação dos materiais para crianças com deficiência, mas infelizmente nem todas as escolas cumprem com esse dever e delegam aos pais a responsabilidade de fazerem isso, através de profissionais especializados nessa tarefa (psicopedagogos, educadores especiais).

Sabemos que nenhuma escola é perfeita e que cada família tem experiências diferentes com a mesma escola. No entanto, se atentar a esses elementos e exigir um posicionamento claro da escola sobre a inclusão de crianças autistas, não só na parte da socialização, mas também no que tange a parte pedagógica é fundamental para que sua escolha tenha maiores chances de ser acertada.

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