Estilos parentais: a forma como educamos os filhos resultará em como eles serão!

Por Dra Lívia Aureliano – Psicóloga e Diretora do TatuTEA

Você já deve ter se perguntado se está fazendo seu melhor, se o que está fazendo é o correto, se está tornando a vida da criança mais leve ou até mesmo como pode ser melhor por ele.

Um novo membro na família sempre muda a rotina, né? Além dos desafios naturais de lidar com uma nova existência e se adequar ao universo que se apresenta, é importante atentar-se ao seu comportamento, principalmente quando há uma criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Vivemos em um mundo acelerado, onde tudo é para ontem e o TEA exige dos familiares um olhar muito mais atento ao presente. Neste contexto, é natural não perceber que muitos comportamentos são automáticos e aí é que pode estar o grande problema das relações familiares.

Embora tenhamos nascido com determinadas características, muito do que somos é resultado do que aprendemos com nossos pais e aplicamos sem perceber em nossas crianças. Diana Baumrind, psicóloga clínica e comportamental criou um modelo teórico com base em seus estudos batizado como “estilos parentais”. A psicóloga apresentou a existência de três estilos parentais: o estilo autoritário, o estilo participativo e o estilo indulgente. Em 1983, Maccoby e Martin inseriram o estilo negligente. Esses perfis estão nos lares brasileiros e com certeza todos nós agimos como um deles sem ao menos perceber o quanto podem ser nocivos para o desenvolvimento e formação da criança. São eles: Permissivo, Negligente, Autoritário ou até mesmo o Participativo (um dos mais indicados para seguir).

Saiba como cada um deles agem:

Estilo Permissivo

Embora sejam extremamente centrados nos filhos e nas suas necessidades, pecam pelo exagero. Em geral, fazem tudo que os filhos querem por medo da rejeição ou reação da criança ser contrariada. Muitos pais por não saberem lidar com a criança com TEA, desenvolvem esse comportamento permissivo.

As crianças educadas nesse ambiente estão propensas a problemas de comportamento, possuem dificuldade em desempenhar atividades mais democráticas, entre outros. Esse estilo não dá à criança a consciência para respeitar regras e limites.

Autoritário

Para os pais com o estilo autoritário, a educação é por meio do controle coercitivo. Atribuem a relação pai e filho à obediência absoluta e punição caso não aconteça da forma que eles acreditam ser a correta. Pais autoritários tendem a ser ameaçadores e extremamente críticos, acreditando que dessa maneira conseguirão extrair o melhor do filho.

Crianças educadas nesse sistema desenvolvem dois tipos de comportamentos: quietos e passivos, por conta do medo ou também agressivos e explosivos. A autoestima também pode ser abalada pelo estilo opressor, prejudicando as relações sociais ao longo da vida.

 Negligente

Os pais que possuem as características negligentes carregam características dos pais permissivos, ou seja, permitem que a criança faça o que quiser. Diferente da culpa ou medo de rejeição, os negligentes dão autonomia aos filhos por serem ausentes. Não possuem muita tolerância com os filhos e por isso torna-se um dos mais prejudiciais na formação da criança, já que não oferecem a devida atenção para que seus filhos se formem como adultos maduros.

As crianças que vivem nesse regime possuem desempenho ruim em praticamente todas as áreas da vida e costumam tomar decisões equivocadas ao longo da vida, podendo se envolver em situações ruins.

Participativo

Os pais participativos são naturalmente mais atentos às necessidades reais da criança e dedicam-se a encontrar maneiras de formar seus filhos com bons princípios. Fazem escolhas reais do que pode ajudá-los na jornada, imputando regras e limites de forma mais positiva.

Crianças que vivem nesse ambiente desenvolvem suas capacidades em todos os níveis com muito mais resiliência. São crianças felizes, com autoestima elevada, criam boas relações sociais e desenvolvem-se melhor na área acadêmica.

É importante destacar que essa proposta de estilos parentais não tem a função de classificar os pais, mas sim apenas apontar qual é o padrão de comportamento que os pais adotam na educação de seus filhos. Além disso, ao ler a definição de cada estilo, você pode ter se identificado com mais de um estilo. Isso pode significar que, a depender da situação, você tem uma tendência a ser mais autoritário, ou mais participativo, por exemplo. O importante mesmo é identificar o estilo predominante e, caso seja um estilo que possa produzir algo negativo na criança, buscar ajuda para mudar.

Nos casos da educação e disciplina de uma criança TEA, reconhecer o seu estilo mais predominante passa a ser ainda mais importante, pois como já vimos em outros textos, as crianças e jovens autistas percebem o mundo de uma maneira diferente. O que para um pai pode ser uma punição, a criança pode perceber como uma brincadeira, por exemplo, ou o contrário: uma brincadeira que os pais fazem pode desencadear uma grande crise. Isso significa que é fundamental compreender a maneira como a criança reage aos estímulos e como ela tende a interpretá-los. E isso, muitas vezes, não é nada fácil e é necessário a ajuda de profissionais para fazer essa investigação.

Por fim, ressaltamos que uma criança quando vem ao mundo é totalmente dependente e tende a repetir os padrões familiares, já que são sua principal influência. Por isso, é muito importante que os pais reconheçam qual o seu estilo parental  e como ele afeta na criação e educação dos filhos. Observar, corrigir e adotar um comportamento saudável na relação familiar é fundamental.

Se você precisa entender melhor como pode ajudar seu filho, aqui no TatuTEA oferecemos orientação familiar. Procure nossos especialistas! Você não está sozinho.

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