Do sonho da maternidade à realidade do diagnóstico: relato de uma mãe. Por uma mãe de um lindo menino de 4 anos com TEA*

Sempre sonhei em ser mãe e após um bom tempo de casada planejei tudo. Engravidei! Fiquei muito feliz!

Meu filho nasceu saudável: rolou, levantou a cabeça, ficou em pé e andou aos 10 meses e meio.

Não demorou muito para perceber que o comportamento do meu filho não era muito comum. Eu e meu esposo procuramos um especialista quando meu menino tinha 1 ano e 4 meses e com 1 ano e 8 meses  já  veio o diagnóstico de autismo. Chorei pouco, não fiquei de “luto” (coisa que muitas mães relatam). Corri atrás de todo tratamento que ele precisava, sem recursos financeiros significativos. Arregacei as mangas!

Precisei lutar na justiça.

Minhas lágrimas secaram. Por meses…

Conseguimos todas as horas de ABA que a ciência indica. Ufa… Agora pronto!

Porém “caiu a ficha”: sou mãe de uma criança considerada pela lei pessoa com deficiência.

Uma criança com atrasos, não falava nada, nem mamãe; uma criança que dava tchau com a mão para dentro, não olhava nos olhos, não sabia dar beijo nem pular com os dois pés. Não batia palma… etc…  etc…

Cai na real que deveria ir às terapias de segunda a sexta.

Que angústia! Um sentimento de tristeza profunda tomou conta de mim e a raiva de mim mesma por estar triste.

O que fazer com essa carga toda?

Mesmo com todas essas terapias, meu menino será um adolescente, um adulto independente?

A tristeza, preocupação e incerteza eram reais.

Então de volta da clínica poucos dias após o início das terapias, a 100 km por hora na Rodovia, chorando horrores. Minha vontade era só jogar o carro contra a mureta, virar o volante com tudo ou acelerar para baixo de um caminhão. Meu imenso desejo era acabar com tudo! Milhões de coisas vieram na cabeça: como fazer aquilo, para dar certo, não deixar nem eu nem meu filho com sequela.

Mas, como ficará meu marido?

E minha mãe?

É justo deixá-los sofrendo?

Graças a Deus acredito que há céu e inferno e algo ainda existente dentro de mim me impediu de acabar com tudo!

Não foi só uma vez que tive essa vontade, mas eu posso dizer que não sou melhor que ninguém. Sou humana, sou fraca, mas tive ajuda e tenho ajuda hoje. E sou grata pela vida.

Sou grata por cada conquista do meu filho.

Posso concluir dizendo que ninguém está livre de sentir tamanha angústia e desejo de acabar com tudo. Mas, com propriedade de quem já passou por isso, não vale a pena desistir… e SIM

Vale a pena insistir…

Vale a pena continuar…

A vida vale a pena sempre!

Ah!  Meu filho já fala mamãe, fala tchau e muitas outras palavras. Dá tchau com a mão certinha, bate palma e até assopra a vela de aniversário, dá beijo que chega estalar!

A vida vale a pena!

 

Sobre a Autora:

*Mãe de um menino com TEA de 4 anos, que há alguns meses está em psicoterapia no TatuTEA

(Sua identidade e qualquer elemento que possa identificá-la e ao seu filho foram retirados do texto para a garantia do sigilo).

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