Por Heloísa de Sene (Terapeuta Ocupacional do TatuTEA)
Dando continuidade à série de conteúdos para ajudá-lo na jornada do universo do autismo, a partir desse momento você terá acesso a informações e opções de intervenções facilitadoras para a criança que foi diagnosticada com TEA.
Para ajudá-lo a diminuir o medo e a preocupação, os avanços na medicina e nas terapias complementares têm exercido um trabalho excelente para a saúde e a autonomia das pessoas diagnosticadas com TEA.
Entre as mais indicadas para crianças está a Terapia Ocupacional (T.O.), uma área específica que abrange a prevenção, a promoção da saúde e o auxílio no tratamento de diversas doenças, transtornos ou dificuldades de aprendizagem em qualquer faixa etária.
Brincamos que a T.O. atua como uma mãe cuidadosa nos primeiros anos de vida de um bebê prematuro ou a termo que possa ter prejuízos em alguma área de seu desenvolvimento, e, assim, intervém nas habilidades motoras, sensoriais (visual, auditiva, gustativa, olfativa e tátil), cognitivas e psicossociais.
Tendo como foco o desempenho nas ocupações e nas atividades do cotidiano, a T.O. auxilia a criança a adquirir maior autonomia e o máximo de independência possível. Dentro dessas ocupações estão o brincar, o lazer, a educação, o descanso e o sono, a participação social, as atividades de vida diária (AVDs) e as atividades instrumentais de vida diária (AIVDs). As AVDs incluem escovar os dentes, pentear o cabelo, calçar os sapatos, usar o banheiro, entre outros; e as AIVDs incluem os afazeres domésticos e até a ida ao supermercado.
A T.O. também é responsável por desenvolver as habilidades de função executiva, como: controle inibitório, capacidade da criança em prestar mais atenção, pensar antes de agir e se manter mais concentrada nas tarefas; memória de trabalho: capacidade da criança em armazenar informações temporariamente; e flexibilidade cognitiva: capacidade da criança em resolver problemas por meio de sua imaginação e criatividade. Tais funções são de suma importância nos primeiros anos escolares e no convívio com os colegas e a sociedade. Dentre outras competências que são observadas e desenvolvidas estão as de diferenciar cores, formas, tamanhos e pesos, consciência corporal, noção espacial e temporal.
O terapeuta ocupacional faz uma avaliação minuciosa, identificando as principais limitações causadas pelo autismo na criança e passa a aplicar técnicas variadas que auxiliam na melhora dos relacionamentos, controle da concentração durante as tarefas, expressão mais clara das emoções, autonomia nas habilidades essenciais e independência, ou seja, facilidade na aprendizagem. Diante de tantas evoluções, a criança também adquire muito mais autoconfiança.
Mas como isso é aplicado durante o atendimento?
A partir da observação do profissional em relação a expectativa do que a criança faz e se corresponde ao comportamento da maioria das crianças da idade dela.
Assim que o terapeuta reúne essas informações, um programa específico é montado e aplicado. Como não existe uma receita de bolo pronta, pois cada indivíduo tem suas particularidades, a atuação do T.O. irá variar de acordo com todos os fatores avaliados.
Alguns exemplos de atividades aplicadas durante os atendimentos são: atividades físicas, lúdicas, de autocuidado e adaptativas, bem como elaborar materiais adaptados à necessidade de cada indivíduo com o intuito de melhorar seu desempenho em diferentes atividades. A terapia ocupacional atua, também, no reforço dos comportamentos positivos a fim de integrar a criança autista à realidade do seu espaço de convivência e oferecer uma vida muito mais leve e integrativa para eles.
Para saber mais sobre, acompanhe os conteúdos do nosso blog. Se você identifica em seu filho sinais do espectro do autismo, procure nossos especialistas para uma avaliação e, caso seja necessário, inicie a intervenção.
